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Resenha - Anne of Green Gables, de L.M. Montgomery

Olá leitores, tudo certo?

Quem me conhece sabe bem que eu sou suspeito para falar do livro de hoje. No ano passado, fui contratado para traduzir três livros desta série, a partir do segundo, e por isso nunca tinha lido o primeiro. Até agora. Mas antes de chegarmos na resenha, vou contar um pouquinho de como eu me apaixonei ele.


Anos atrás, quando eu ainda estava na faculdade de tradução, tive aulas de literatura inglesa clássica, isso quer dizer, Jane Austen e outros que não são relevantes para a história de agora. Nós tivemos que ler Orgulho e Preconceito em inglês; até aí, tranquilo, o único problema é que os personagens simplesmente não entraram na minha cabeça; eu não sabia quem era quem. Então, eu assisti ao filme – um dos, no caso – e apenas então as coisas da história começaram a fazer sentido para mim.


Temendo que isto acontecesse outra vez quando eu começasse com a tradução, eu corri para assistir a série do Netflix – que minha mãe, inclusive, estava viciada na época. Eu me apaixonei por Avonlea e a Ilha do Príncipe Eduardo. Que lugar incrível! E os personagens? Cada um melhor que o outro.

É com todo esse amor que hoje nós faremos a resenha de Anne de Green Gables, por L.M. Montgomery.


Não me perderei nessa parte, já que a maioria de vocês já deve conhecer a série, mas o livro conta a história de Anne Shirley, uma garota órfã que é adotada por dois irmãos, Marilla e Matthew Cuthbert. Anne é uma menina esperta e tagarela, cheia de imaginação e altas histórias para contar – jeito, este, que a ajudou a superar todos os traumas de sua infância.


Este primeiro livro narra dos doze aos dezesseis anos de Anne. Vemos todas as peripécias que ela se mete, mesmo que as vezes por acidente – é como se ela atraísse esse tipo de coisa. Não entrarei em detalhes do final, apesar de esse livro mais de cem anos.


Obviamente, não podemos julgar um clássico pelos padrões atuais. Naquela época, o público-alvo não era o mesmo; as pessoas vivam mais devagar e o mundo praticamente girava ao contrário. Entretanto, alguns detalhes deste livro me incomodaram – e confesso que não lembro se, durante a tradução do segundo livro, eu tive essa mesma sensação.


Bem, este livro me parece muito mais uma antologia do que um livro de fato. Tirando os primeiros, e algumas outras poucas exceções, cada capítulo me parece uma história separada de momentos separados da vida de Anne – na verdade, são isso mesmo. Eu senti uma falta de conectividade que me incomodou, mas não ao ponto de o livro ser ruim.


Também houve muitas cenas que foram “apagadas”, digamos assim, dando lugar a “contação” de Anne destes momentos. Por exemplo, ao invés de vermos Anne visitando a Tia Josephine, nós ouvimos Anne contando o que aconteceu para Marilla ou qualquer outra pessoa. SIM, isso me deixou um gostinho de quero mais, pois gostaria de saber de todos os detalhes, mas ficarei apenas no gosto – e este, é amargo.


Anne de Green Gables é um livro para família inteira. Divertido, com uma leitura simples e rápida. Não espere uma aventura de proporções épicas; este é um livro sobre o dia-a-dia de cento e poucos anos atrás. O único problema, é que me deixou com vontade de ter nascido naquela época.


Dou a este livro 5de5 Týrs. Não tem como não recomendar mais esse livro!


AH SIM – no fim das contas, nem precisei assistir a série para entender a história.


Um forte abraço e nos vemos em breve,

Leandro Zapata

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