Resenha - The Twisted Ones, de Kira Breed-Wrisley e Scott Cawthon
- Leandro Zapata
- 22 de fev. de 2021
- 3 min de leitura
Olá leitores, tudo certo?
Para quem não conhece, Five Nights at Freddy’s, ou FNAF, nasceu como uma franquia de jogos criada por Scott Cawthon, um desenvolvedor independente estado-unidense. Seu primeiro jogo, lançado em 2014, vendeu milhões de cópias e, até hoje, é um dos gameplays mais visto nos YouTube – eu mesmo, já vi várias pessoas jogando, apesar de eu mesmo nunca ter jogado.
Sem contar que o lore, a histórias desses games não são facilmente encontradas, muito menos entendidas. Pequenas porções da história são contadas através de papeis que aparecem colados nas paredes do gameplay, e nem sempre são os mesmos; às vezes, nem aparece. Isso quando você não precisa apetar azulejos aleatórios em uma parede para achar um mini-game. De qualquer forma, a maioria dessas porções já foram descobertas por gamers muito melhores que eu e você pode encontrar facilmente na internet.
Para “descomplicar” ou “preencher buracos” do lore dos jogos foi que os livros foram escritos. O primeiro livro da trilogia é The Silver Eyes (Olhos Prateados), que eu li já faz um tempo, então não tenho uma opinião fresca sobre ele, o que não é o caso do segundo. Por ser uma continuação, é impossível resenhar sem falar alguns spoilers do primeiro livro, então, vocês foram avisados.
Hoje, nós realizaremos a resenha de The Twisted Ones, de Kira Breed-Wrisley e Scott Cawthon.
Um ano após os eventos de Olhos Prateados, reencontramos Charlie, agora uma novata na universidade de robóticas – um caminho que se parece muito com o de seu falecido pai, Henry, criador dos animatronicos que mataram algumas pessoas e quase tiraram a vida de Charlie no livro anterior. Este caminho a preocupa, afinal, Henry tirou sua própria vida nele. Esta é uma das maiores preocupações de Charlie e, sinceramente, um dos pontos mais fracos do livro.
Não demora muito para que Charlie se envolva em um assassinato. Um corpo é encontrado com perfurações e dilacerações feitas por uma fantasia springlock – no universo de FANF, existem dois tipos de animatronicos: os normais, com esqueletos que os sustentam, e os springlocks, que podem ser também fantasias; estes, no caso, têm travas que seguram o esqueleto enquanto há uma pessoa usando como fantasia. No caso do cadáver, ele foi morto quando as travas soltaram o esqueleto com ele dentro. Devido a conexão de Charlie com animatronicos, ela é chamada para o caso.

Aqui um dos maiores problemas para mim do livro acontece. Charlie não apenas vai até a cena do crime, mexe no corpo sem luvas, se suja de sangue, tempera com evidência e, tudo isso, com permissão da polícia. E isto acontece durante todo o livro. É preciso uma grande suspensão de descrença para acreditar nas coisas que Charlie faz – como encontrar outro corpo em um restaurante e não chamar a polícia ou ficar sozinha em uma floresta com robôs assassinos caçando-a.
O livro também tem alguns furos que realmente me deixaram de cabeça coçando. Supostamente, os animatronicos estão especificamente procurando Charlie – e apesar de deduzirem isso de uma maneira bem esperta (vendo o caminho que eles fizeram até então, e calculando que em algum tempo chegariam ao quarto de Charlie) – em um ponto do livro um robô literalmente dá de cara com Charlie e não a leva. Depois dessa cena, você conclui que a dedução estava errada, mas no fim, estava certa, pois era exatamente Charlie que eles queriam.
SOILER ZONE
A melhor parte de Twisted Ones é o mistério de quem está controlando os animatronicos, o que não significa que é uma resolução ou salva o livro de forma alguma. No final do primeiro livro, Dave – ou Afton, se preferir – é morto pelos springlocks de uma fantasia; contudo, neste livro, descobrimos que seu corpo nunca foi recuperado e que, ainda, há sangue falso no lugar em que “morreu” – e esta parte do sangue falso nunca foi resolvido.
É assim que o livro se perde. A motivação do vilão é tornar-se imortal, mas ele não apenas sobreviveu a springlocks duas vezes como ficou um ano inteiro preso dentro de um buraco embaixo de um palco sem comer ou sair nem nada assim. E a razão para mandar os animatronicos atrás de Charlie, era exatamente para descobrir o segredo da imortalidade – não que o livro explique o que Charlie tem a ver com isso. Espero que seja explicado no último livro da trilogia.
The Twisted Ones não é exatamente uma obra-prima da literatura de terror, mas é uma leitura rápida, simples e cheia de aventura e mistério, com cenas bastante sanguinárias. Dou a este livro 3 de 5 Týrs. Se você gosta de FNAF, vale a pena acompanhar essa estranha parte da franquia, se não, eu passaria.
Já leram? Deixem nos comentários o que acharam!
Um forte abraço e nos vemos em breve,
Leandro Zapata
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