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O que é um narrador duvidoso?

Olá escritores, tudo certo?

Eu já tinha ouvido falar em narradores duvidosos, mas em filmes e séries, mas nunca tinha imaginado como funcionaria em um livro. Fiquei com muita vontade de escrever um desses!


by Jerry Jenkins | tradução e adaptação de Leandro Zapata


Você pode usar uma variedade de ferramentas literárias para adicionar conflito a uma ficção narrativa.

Mas menos trazem mais trabalho para o leitor do que um narrador duvidoso, uma ferramenta que, como seu nome diz, permite ao escritor levar aos leitores em uma caçada incerta enquanto eles tentam determinar o que é verdadeiro, o que não é e por que se sentem confusos.

Um narrador duvidoso ignorante ou intencionalmente oferece informações incertas que engana ou confunde o leitor. O ponto de vista do narrador deve falar e agir de maneira consistente com o personagem. Nós vemos coisas através de seus olhos, ouvimos por sua vos, e devemos percebê-lo por suas ações.


Na maior parte do tempo, isto quer uma dizer uma versão confiável dos eventos, mas um narrador duvidoso conta uma ver diferente, distorcida da história. No minuto em que seus leitores pegarem qualquer inconsistência, sua credibilidade está morte, então começa o jogo do narrador duvidoso.


Os Tipos de Narradores Duvidosos

O autor William Riggan quebra-os nas cinco categorias seguinte:

1. Picaro. Um narrador com uma tendência a exagerarem. Exemplos: Moll Flanders de Daniel Defoe, Nelly em Wuthering Heights de Emily Bronte, Michael Scott em The Office.


2. Homem louco. Sofrendo de TEPT ou algo similar; este narrador tem uma doença mental severa. Exemplos: Patrick Bateman em American Psycho de Bret Easton Ellis, Tyler Durden em Fight Club de Chuck Palaniuk e os narradores de Franz Kafka.


3. Palhaço. Acha que a história é uma piada e brinca com os leitores.


4. Ingênuo. Um narrador imaturo ou ignorante que vê tudo apenas por seu próprio ponto de vista. Exemplos: Huck em Huckleberry Finn de Mark Twain, Forrest em Forrest Gump de Winston Groom, Holden Caulfield em Catcher in the Rye de J.D. Salinger, Rachel em The Girl on the Train de Paula Hawkins, Dr. Malcolm Crowe em The Sixth Sense, um filme escrito e dirigido por M. Night Shyamalan.


5. Mentiroso. Um narrador que intencionalmente apresenta a verdade de maneira errada, costumeiramente por autopreservação. Exemplos: Dr. Sheppard em The Murder of Roger Ackroyd de Agatha Christie, Pi Patel em Life of Pi de Yann Martel, Amy and Nick em Gone Girl de Gillian Flynn.


Como Escrever um Narrador Duvidoso

Todos os narradores duvidosos de sucesso são charmosos. Seu objetivo é que o leitor goste dele o bastante para continuar virando as páginas. (Até mesmo antagonistas devem ser simpáticos, com qualidades redimíveis)


Dica #1: Plante as sementes da dúvida cedo

Faça os outros personagens levantarem perguntas. Por exemplo, seu narrador duvidoso mencionar que ganhou uma competição. “Espere um pouco,” diz o personagem secundário. “Eu achei que Johnny tinha vencido.”

Os leitores vão começar a se perguntar por que ele faz isso. Por atenção? Por causa de alguma insegurança?

Continue fazendo-o simpático para que os leitores se mantenham com ele, mesmo que eles se desapontem com o personagem. Idealmente, seu personagem crescerá e mudará de um narrador duvidoso para um de confiança, em quem podemos apostar.


Dica #2: Mantenha consistência

Não comece com um narrador duvidoso e mude no meio do caminho. Se você quer transformá-lo em um narrador confiável no final, injeta eventos que mudam a vida dele que alterarão sua perspectiva e o farão crescer.


Dica #3: A recompensa é o final

Alguns autores preferem revelar a dúvida de seus narradores cedo, permitindo que seus leitores experimentem a história através de dois (ou mais) ponto de vista: seus e daquele que é do narrador duvidoso. Às vezes, a revelação vem como uma surpresa durante o clímax – algo muito mais arriscado. Leitores não gostam de sentirem que foram enganados.

Colocar um narrador duvidoso pode ajudar a ampliar seu tema, adicionar seus plot-twits e criar personagens complexos que constroem confiança com seus leitores.


O quão ansiosos estão para usar um narrador duvidoso em suas histórias? Deixem nos comentários!

Um forte abraço e nos vemos em breve,

Leandro Zapata

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