Três meios para se criar personagens verossímeis
- Leandro Zapata
- 8 de jan. de 2020
- 3 min de leitura
Olá escritores, tudo certo? Aqui é Leandro Zapata e estou curioso para saber: seus personagens são complexos e agem como se fossem pessoas de verdade? Ou são rasos e sem graça? Se liga no que aprendi com Jerry Jenkins uns anos atrás:
por Jerry Jenkins | tradução de Leandro Zapata
Criar personagens acreditáveis é um dos maiores desafios que você irá enfrentar como escritor. Para dar vida a seus personagens, a maioria dos escritores usa sua própria experiência de vida. Nós temos de usar. Eu devo colocar a mim mesmo no lugar de cada personagem: velho, novo, homem, mulher, herói, vilão ou utilidade do personagem. Eu me imagino como aquela pessoa e decido como eu reagiria e o que eu diria em cada situação.
Cuidado: quando estamos escrevendo algo que foge completamente de nossa experiência, você deve fazer uma boa pesquisa antes. Eu posso imaginar a mim mesmo no outro sexo, imaginar como eu me sentiria, diria ou como seria perder um filho; posso imaginar como é ser corrompido pela vingança a ponto de amtar uma pessoa. Mas se eu fosse escrever sobre uma mãe que perdeu um filho por causa de falta de cuidado ou negligencia de alguém – ou algo pior –, eu faria uma entrevista com uma mulher que passou por uma tragédia dessas.

Eu já vi incontáveis filmes e séries sobre detetives de homicídio. Meu pai e dois irmãos eram policiais. Eu provavelmente já fui exposto a mais delegacias e policiais do que uma pessoa comum. Todavia, eu não escreveria um livro sobre detetives de homicídio sem fazer uma pesquisa real: acompanhar detetives de verdade, entrevistas, assistir o trabalho de detetives.
Agora, em The Brotherhood ~ A Precinct 11 Novel (A Fraternidade – Um Romance do Precinto 11), quando escrevi meu detetive se aproximando de um apartamento fechado, sem saber se alguém do outro lado iria disparar uma espingarda através da porta, eu imaginei meu medo nessa situação. Mas como o personagem lidaria com a situação veio de uma pesquisa cuidadosa.
Aqui estão os três meios:
- Vivência. Use suas experiências pessoais.
- Imagine. Coloque-se no lugar do personagem emocional, física e mentalmente. Partes desse processo é entrevistar outros que tenham passado pela mesma situação que seu personagem.
- Pesquise. Deixe um pouco a história de lado e experimente a cultura, tempo, visões e cheiros do passado.
A maioria dos cenários de Deixados para Trás é imaginado, é claro. Eu não vivi durante o Arrebatamento, mas eu já tive medo de morrer. Eu estava a trinta blocos do World Trade Center quando ocorreu os ataques. Minha imaginação deve preencher os vazios.
Como seria viver após o Arrebatamento, durante os sete anos de Tribulação? E se eu fosse uma mãe que acabou de ter seu filho nesse período? Eu consideraria matar meu próprio filho para que ele não caísse nas mãos do inimigo? Como uma mãe pensaria assim?
Os cidadãos de Masada enfrentaram essa decisão em 73 a.C. Eles mataram seus próprios filhos e a si mesmos para que não caíssem sob o poder do inimigo. Para eles, não havia nada pior do que ver seus filhos sofrendo lavagem cerebral e tendo suas crenças obliteradas.
A História pode ajudá-lo a fazer suas decisões de enredo verossímeis. Ela o coloca em tempos e lugares séculos antes de seu nascimento e o faz imaginar o que você faria na mesma situação. Você não pode escrever personagens verossímeis de outra maneira.
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